terça-feira, 14 de dezembro de 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Confusão

Eu pensei que era mais fácil...
Sem tanta dor, sem tanto querer...
Não, querer não... Precisar...
É... Precisar...
Tem um jeito de matar isso?
Uma faca? Uma espada?
O amor? Ahá, é piada né?!
Mas, pior que o amor é a saudade...
Ah sim! Essa é muito pior!
Saudade boa? Que Mané saudade boa!
Isso não existe!
Mataria a saudade e o amor se pudesse!
Ah! Mataria sim!
De que me serve, me diz?
O amor é lindo, muito bonito...
Até que quando vai embora, leva um pedaço seu junto...
Pedaço esse que não se regenera mais, não se recupera, não se cura...
Aí vem quem? A maldita saudade! Criação do demônio, só pode ser...

Mas pensando melhor... Talvez o problema não seja o amor, nem a saudade...
Talvez seja a memória... Afinal se não lembrarmos, não vai doer mais!
Pronto!
Descobri a fórmula para parar de sofrer, de querer, de precisar...
Apague a memória!
Isso mesmo! Apaga! Deleta! Não vai me fazer a menor falta...
Juro! Não vai!
Declaro guerra as minhas memórias!
Darei um golpe em minha própria cabeça, até acabar com todas elas!
Ei, isso pode me matar! Não não! Não quero morrer! Quero apenas matar!
Apenas matar! Apenas... Como se “apenas” amenizasse o ato de “matar”.
Ah! Por favor! Não se horrorizem! Estou matando um sentimento, não uma pessoa!
E os sentimentos, a memória, são todos meus! Faço deles o que bem entender!
Quer saber?
Matarei todos, o amor, a saudade e as memórias! Pronto!
Não espere que eu termine essa vontade homicida sentimental com uma frase de efeito, pois não terminarei...
Estou com raiva! Muita raiva!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Minha idéia de amor...

ALFABETO DE HISTÓRIAS: Bálsamo

Bela boca boneca! Beijos balsâmicos, barrigas beliscadas... Balelas balbuciadas baixinho, bajulações baratas... Blá, blá, blá... Bebidas... Braços bambos... Brincadeiras bobas... Batom benzedor... Braguilha, busto bisbilhotados, bendita beleza! Bote! Bom bailado... Balanço bombástico! Bingo!

domingo, 28 de novembro de 2010

ALFABETO DE HISTÓRIAS: Antagônia Amorosa

Amélia andava angustiada. Amanhã amaria alguém? Acordou amarrada á antiga antagônia amorosa: amar, abster, arremessar-se, agoniar-se. Ansiosa, amenizou a aparência amarrando azaléias azuis ao arranjo alegórico. Alegoria aquela antes alegre, agora amargurada. Andorinhas adejando, assoviavam. As asas abertas acalmavam a alienação. Aspirou ar, andou apressada. Agora arbitrou: Amaria apenas Amélia, amanhã amaria alguém.

terça-feira, 16 de novembro de 2010











“Sempre que me entristeço com o mundo, penso nos portões de chegada do aeroporto de Heathrow. Dizem que vivemos num mundo de ódio e ambição, mas eu não acho. Sinto que há amor em todo lugar. Nem sempre algo que valha alguma manchete, mas está sempre ali. Pais e filhos, mães e filhas, maridos e mulheres, namorados, namoradas, amigos antigos. No atentado ás Torres Gêmeas, os recados de quem estava nos aviões não foram de raiva. Eram todas mensagens de amor. Se procurar, creio que descobrirá que o amor, simplesmente, está em toda parte.”

Do filme: “Simplesmente amor” - 2003


http://www.youtube.com/watch?v=ejPEVQQhOQo

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Acordou buscando por oxigênio desesperadamente... Sentia os pulmões comprimidos e coração quase parado, não sabia se ainda sonhara... Tentou lenvantar-se, mas assim que colocou os pés no chão, desabou num baque surdo... A sensação do piso frio sobre a pele fervendo era boa...

“Deus, o que aconteceu?” - Pensou assim que conseguiu organizar um pouco os pensamentos ainda confusos... Com muito esforço conseguiu levantar-se embora escorando nas paredes... Apoiou as mãos na pia pois sabia que se não se segurasse, desabaria de novo pois suas pernas tremiam e sua coluna parecia não existir... Abriu a torneira e percebeu as mão pálidas... Se em sua mão não existia cor, no seu rosto... Assustou-se ao olhar no espelho, a pele branca feito osso, os olhos vermelhos, a boca enrugada de tão seca, os cabelos desgrenhados e olheiras roxas... O espelho estava embaçado, seu corpo o embaçara... Uma única coisa era reconfortante, a certeza de que estava viva, e que aquilo tudo por mais que demorasse, iria acabar... Em algum lugar dentro do seu corpo, estava viva...

“Podia ser pior”- disse numa voz inaudível... Jogou água no rosto e finalmente podia respirar normalmente, sentia seu corpo voltando ao seu controle pouco a pouco... Voltou a olhar seu rosto molhado no espelho e percebeu um vulto escuro refletido, ao lado esquerdo da sua imagem... Não se assustou... Por um momento ficou apenas a fitá-lo... Conhecia aquela figura de algum lugar... Um lugar distante... Dos seus sonhos talvez... Virou apenas a cabeça e esperou que o visitante dissesse a que veio...

“Eu lhe avisei!” – Disse a cigana. “Sim avisou” – respondeu. “O que faço agora?” – perguntou a cigana “O que se deve, o que você deseja.” – Respondeu a cigana sorrindo... Dito isso a mulher de saia florida e lenço com pequenas medalhas douradas que enfeitavam a sua cabeleira espessa, entregou-lhe duas cartas de baralho...

Uma era a dama de copas... E a outra o valete de espadas...

Sentiu-se sendo tragada pela escuridão... Meio segundo depois acordou buscando por oxigênio desesperadamente...

Placebo - Running Up That Hill




Sem Mais...

terça-feira, 21 de setembro de 2010


Escutei a chave girando na porta...
Quem será? Mas a essa hora? Não estou esperando ninguém... Nunca estou esperando ninguém...
E de fato não era ninguém... A porta abriu sozinha e apenas o vento entrou...
Era apenas para me mostrar, que não há ninguém, que ninguém vem, que ninguém espera...
... E tudo voltou a ficar silencioso de novo...
Algum tempo depois eu andei até a porta e a fechei, havia apenas o som dos meus passos e da porta se fechando...
Nenhum outro som que indicasse uma alma viva ou penada... A minha alma estava inquieta, mas também estava muda, a um bom tempo, ela perdera a voz...
Me virei e vi no chão uma chave... Mas não era a chave da porta, era uma chave velha, grande, de ferro e um pouco enferrujada...
Passei um longo tempo olhando pra ela e pensado que diabos ela fazia ali... Não sei...
Voltei a ouvir o som dos meus passos quando andei até ela, peguei-a e meu coração disparou doendo no peito...
Mas o que é isso? O que significa isso?
Encostei a chave no peito e meu coração parecia que queria se juntar a ela, ele rasgava meu peito, queria sair...
Afastei rapidamente a chave do peito, jogando-a no chão, e meu coração começou a se acalmar, mas estava triste...
Olhei ao redor e notei outras chaves... Muitas delas, algumas iguais, outras diferentes...
O que é isso, Meu Deus?!
Havia chaves no sofá, sobre a TV, na mesinha de centro, no estante de livros, sobre o tapete, pendurada nas paredes e até nas janelas e nas cortinas...
Peguei uma a uma nas mãos... E cada uma delas provocava reações em todas as partes do meu corpo... Principalmente no meu coração e na minha cabeça... Na minha mente...
Todas aquelas sensações, sentimentos e reações estavam me tirando a consciência... Entrei em êxtase... Em pânico... Em sublimação...
De repente no meio desse turbilhão, ouço a chave girar na porta de novo... Assustada joguei as chaves no chão... Eu tremia...
Olhei para a porta mas ela não se moveu... Meu corpo começou a responder e caminhei lentamente até ela, o tempo parecia deslocado, eu ainda tremia e sentia um nó na garganta...
Com as mãos geladas abri a porta...
... Dessa vez... Tinha alguém...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Minhas mãos suavam...
Suavam sangue...
Eu suava frio, mas meu sangue era expelido pela pele ainda quente...
Eu tremia muito e mal conseguia ver...
Só conseguia olhar pra dentro...
Eu queria chorar mas não tinha forças...
Era apenas sangue...
Suor e sangue...
Meu corpo todo estava úmido e gelado...
Eu estava de pé, mas parecia que ao mesmo tempo que eu flutuava a gravidade me puxava para baixo...
Uma gravidade viva, latente, forte...
A gravidade da realidade...
Naquele momento eu entendia a real gravidade dos fatos...
Eu estava sozinha e desprotegida...
E não havia nada que eu pudesse fazer...
Eu tentava andar mas é como se tivesse agulhas em brasa sob meus pés...
Eu tentava sentar ao pé da cama, mas algo pressionava minha coluna para que eu ficasse ereta... Uma pesada mão de ferro não me deixava mover-me.
Meus dentes rangiam e o som era insuportável...
Os meus olhos deformam tudo sobre o que pousavam, as janelas, a cama, o armário, todos os objetos, o espelho... Tudo parecia derreter na minha frente...
De tudo que eu via o que mais me dava medo era do espelho...
Não queria ver o meu rosto nem meu corpo deformado...
Minhas rugas, meus olhos cansados, minha boca pálida...
Meus músculos flácidos, nem meu cabelo branco, nem meu sexo morto...
Derrepente o espelho começou a vir em minha direção lentamente...
Como se alguém delicadamente o tirasse da parece e trazia até mim...
Senti pânico e um medo absurdo, não poderia suportar...
Aquilo iria me destruir...
Fiz uma força descomunal para fechar os olhos...
E uma força maior ainda para gritar...
Minha voz saiu abafada e aguda demais, nunca escutara ela assim...
E então...
Eu acordei... E as minhas mãos ainda sangravam...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sei lá...



Quero me mandar...
Ir um pouco mais longe...
Talvez molhar os pés no mar...
Talvez um porre num bar...
Sei lá...
Qualquer coisa que não me lembre...
Qualquer lugar que não doa...
Onde eu não precise ser eu...
Pois já não sei mais quem sou...
Sei lá...
Tem algo acontecendo...
Mas não sei o que...
Já está amanhecendo...
E eu não quero sair do lugar...
Sei lá...
Onde eu estou, está bom...
Pra que complicar?
Sair pra dançar...
Pode ser no meio da rua...
Ou pode ser no centro da lua...
Sei lá...
Eu preciso de um segredo agora...
Não vou me desprender de mim...
Não preciso ir embora...
E nem vou criar um motim...
Sei lá...
To fechada...
Num quero saber...
Nem ouvir, nem ver...
Uma dose cairia bem...
Já que pouco tenho a fazer...
Sei lá...
Vou tirar um cochilo...
Ver o sol nascer ou se por...
Se for possível talvez eu passeie...
Talvez fique, não sei...
Sei lá...
Vou pensar no que fazer...
Tenho coisas para arrumar, dentro e fora...
Agora já tá feito, mas não é tarde demais...
Demais seria pedir perdão...
Sei lá...
Deixa pra lá...
O tempo resolve...
Sei lá...
O que eu não posso eu esqueço...
Todos acham que sim, mas eu sei que não...
Sei lá...
Uma hora a coisa muda...
Enquanto isso eu observo pessoas estranhas a me olhar...
Sei lá...
É tudo estranho, diferente...
Não tenho medo, nem receio...
Sei lá...
Não me preocupo, foda-se...
Gosto da minha vida como está...
Sei lá...
Melhor assim...
Sei lá...
Não acha?
Sei lá...
Sei lá...



quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Analfabeto Político (Bertolt Brecht)



O pior analfabeto é o analfabeto político. 
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. 
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. 
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. 

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ah! Aquele dia que viestes a mim! Naquela noite escura, mais escura do que todas as outras.
Se soubesses no que penso não chegarias assim tão perto.
Se soubesses o que sinto, certamente me mataria...
Ah! To por ai, tentando me encontrar, eu sai e ainda não voltei...
Mas... Será que quero voltar?
Ah! Se eu pudesse ferir mortalmente, matar de vez o que há tempos agoniza... Ah! Se pudesse te roubar! Te roubo, mas eu devolvo, logo logo...
Não não me olhes assim não! Não me tire a esperança...
Não sorrias desdenhoso e infame!
Ah! Que frio!
Olha pra trás! Olha pra trás!
Sei que tá escuro! Mas eu to aqui, se você não pode me ver, pode me sentir...
O meu corpo curvado ainda tem calor...
Há um brilho fundo nos meus olhos...
Mas estou cansada... Me deixe dormir, ao menos um pouco... Até a dor passar... Só um pouco... Logo eu acordo... Logo...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Set List do Show do Placebo - 17/04/2010 - Credicard Hall- São Paulo

For What it's Worth
Ashtray Heart
Battle for the Sun
Soul Mates
Speak in Tongues
Following the Cops Back Home
Every You Every Me
Special Needs
Breathe Underwater
Julien
The Neverending Why
Bright Lights
Devil in the Details
Meds
Song to Say Goodbye
Special K
The Bitter End
Bis:
Trigger Happy
Infra-Red
Taste in Men

EU FUI, EU VI, EU TAVA LÁ!!!!!!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Aos cachaceiros de plantão...

Aos cachaceiros de plantão...
Pra curar sua paixão, beba pinga com limão;
Pra curar sua amargura, beba pinga sem mistura;
Contra dor de cotovelo, beba cachaça com gelo;
Contra falta de carinho: cachaça, cerveja e vinho!
Se brigar com a namorada, beba pinga misturada;
Se brigar com a mulher, beba pinga na colher;
Quem dá amor e não recebe, mistura todas e bebe;
e se alguém te faz sofrer, beba para esquecer!!!
Pra curar seu sofrimento, beba pinga com fermento;
Pra esquecer um falso amor, beba pinga com licor;
Pra acalmar seu coração, beba até cair no chão;
Pra você ganhar no bicho, beba uma no capricho;
Pra ganhar na loteria, beba pinga na bacia;
Pra viver sempre feliz, beba pinga com raiz;
Se essa vida de cão só te faz sofrer... o remédio é beber;
Se você não tem sorte... beba pinga até a morte;
Se nada mais tem graça, encha a cara de cachaça!!!





(Autor "bêbado" desconhecido)

quarta-feira, 10 de março de 2010

     ... Acordei de um pesadelo que durou semanas e semanas...
Achei um caminho para seguir que mesmo que esteja a milhas de distância me sacudiu e me acordou. Ainda meio tonta por acordar no susto de um sonho violento eu pensei: Quem tomou as rédeas da minha vida? Mas como? Ela é minha! É a única coisa que tenho disso, pois todas as outras coisas provém dela. Quem tomou fez por egoísmo ou por amor, por vaidade ou por responsabilidade.
     Mas não! Ela é minha! A quero de volta já!!!!
     Volto a velhos dias de batalha onde ainda era cega e insegura demais para criar uma estratégia. Nos dias onde era muito sangue e pouca razão, muito suor e pouco pensamento. Hoje a luta é muito mais séria e muito mais virtuosa, onde o único e valioso prêmio é a própria vida. Volto pro campo de batalha usando com armas a inteligência e a sinceridade. Agora o sangue que quero é o da alegria e da superação. Volto com as palavras que tive medo de usar. Volto com agressividade, mas não com brutalidade. Levanto a espada da consciência, antes do grito de coragem que dá início a batalha. A armadura mais resistente é o sorriso.
   Dois xeque-mate, num único jogo. O ás de copas que vence.
   Proteja o rei, esconda as cartas.
   Vença!

domingo, 7 de março de 2010

Vi a vida passando...
Ali, pela janela... Olhava pra mim até se esconder atrás do poste...
Sem eira nem beira...
Esboçava um sorriso irônico e um brilho de desafio nos olhos...
Lá estava ela, bela e livre...
Mas ela se foi e parecia não se importar em me deixar olhando pra ela...
Antes de partir acenou com a cabeça dizendo sim...
Sim?
Pra que?
Pra onde foi?
Porque foi?
Queria lhe perguntar o que estava fazendo ali, porque não estava dentro de mim...
Porque tão longe...
Eu gritei para ela voltar, mas não me ouviu, ou não quis ouvir...
Sentei-me ao meio fio e lá observei toda aquela escuridão...
Ás vezes ouvia um ruído e pensava ser a vida que voltada...
Mas não, não era...
Era um gato vadio, ou um pássaro solitário que passava por ali...
Queria perguntar o porquê do vazio do cérebro, do peito, das pernas, do sexo...
Porque ainda tenho a sensação daquele dia?
Daqueles dias...
Porque eu queria poder voltar, só pra poder sentir de novo...
Pra poder ser real de novo...
Voltar para momentos onde tudo estava em paz, tudo estava em seu lugar e nada podia me matar...

sexta-feira, 5 de março de 2010

Olha bem, já passamos a chave
Ninguém sai, ninguém abre
Eu te sobro e você não me cabe
Olha bem, nossos passos maldados
Nosso peito acuado
Hoje quer infartar

Olha bem, a tristeza é agora
Um dia o amor perde a hora
Ontem ele deu, hoje ele esmola
Olha bem nossas bocas malditas
Cospem fogo e saliva
Ai de quem se atrever a calar...

Ar, quero ar pra beber!
Quero sangue correndo, pulsando, fervendo
E queimando você
Mais, quero mais é te perder!
Que uma onda te leve, te afogue e te entregue a quem for
Mas te faça desaparecer

Olha só, vou-me embora pra não ficar pior
Os meus restos embrulhe, dê um nó
Queime tudo ou deixe virar pó
Ouça bem o que eu falo, abra a porta
Água na seca não brota
Dos nossos olhos transborda

Entenda, sim, não há amor quando há nada
Ninguém perdeu se empata
Tentemos nova tacada
Olha que horror!
Eu que já fui sua amiga
Hoje sou a bandida
Que não lhe quer nem roubar

Ar, quero ar pra beber!
Quero sangue correndo, pulsando, fervendo
E queimando você
Mais, quero mais é te perder!
Que uma onda te leve, te afogue e te entregue a quem for
Mas te faça desaparecer

Desapareça 













Isabella Taviani - Quero mais é te perder

terça-feira, 2 de março de 2010

"Quando rondas o leito e os objetos da casa, sigo-te, mas não te sigo aos lugares onde tu,
cheio de sagacidade pretendes levar-me. Se tu te transformasses em peixe-lua eu te abriria
com uma faca, porque sou homem, porque não sou nada além disso, um homem, mais homem
 que Adão e quero que tu sejas ainda mais homem do que eu. Tão homem que não se ouça o ruído nas ramagens quando tu passares. Mas tu não és homem. Se eu não tivesse essa flauta tu fugirias para a lua, para a lua coberta de tecidos rendados e gotas de sangue de mulher."



O Público - Federico Garcia Lorca

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sexo Frágil? Tenta a sorte...



(...)


Eu sou baranga mas sei o que pode dar uma ice-kiss

sou da madruga mas gosto de ser bem tratada de manhã

eu topo tudo mas também tenho ponto fraco

uso short curto mas não tenho menos segredo por isso

sei quando fui amada

conheço a vergonha de quem me ama (...)




Porcas Borboletas - Super Herói Playboy

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Numa noite dessas de verão, acordei quase no escuro

O corpo torto, suado e quase nu

Mais uma vez, olhei os desenhos que a luz da rua, que batia na janela e batia na parede

Era sempre o mesmo desenho, no mesmo lugar

Na mesma hora

Levantei e olhei para as paredes e o tetos aqueles desenhos tão particulares

Ao me ajoelhar na frente da janela vi as luzes da cidade brilhantes e mudas, assim como aquele quarto

Mas eu ouvia sim, o som do sono, do cansaço

Olhava e sentia vida lá fora

Uma vida que estava longe de mim

Que eu não podia tocar, nem estar perto

Era uma turbulência de silêncio, de urgência

Eu apenas podia ficar presa dentro de mim, como sempre estive

Podia ver, sentir e ouvir, mas não podia estar lá

Junto da vida

Ah! Se eu pudesse voar! Tão longe! Tão alto!

Sentia o corpo perder calor mas a cabeça continuava quente

Se ao menos eu pudesse dormir!

A solidão me ajudava a pensar naquele mundo imenso, bonito e cruel lá fora

Saudade eu também sentia, talvez do que não vivi

Medo eu também sentia e sobretudo, amor

Naquela noite, naquela janela eu podia ver, sentir e ouvir

Mas não podia tocar

Nem viver...

... Crua, nua, parada, estagnada

e sem razão.

Com a sensação de estar indo na contramão.

Sem pode viver por mim

Sem ter por onde ir

Sair da inércia do ser frio

Por um fio a consciência do estar aqui

Passeiam palavras não ditas

Feridas muito antigas para se curar

A coragem que falta para arriscar

Tão parada quanto a madrugada

E já que tão magoada a alma está

Pra que continuar?

Tão viciada quanto as cartas

Pra que doer?

As cartas não mentem

Tão presa quanto as verdades

Tão nula quanto o zero

Crua e nua quanto a lua pregada no céu

Tão estagnada quanto uma rocha

Um dos piores venenos, dos piores males:

A covardia!

01/02/10