quinta-feira, 15 de setembro de 2011


GREVE!!!


MOTIVO: MAIS DO MESMO!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Entender

Não entendo o descaso...
Não entendo a indiferença...
Não entendo o amor...
Muito menos a guerra...
Não entendo o desperdício...
Não entendo a falta...
Não entendo o preconceito, o ódio, o desprezo...
Não entendo a mágoa e o rancor...
Não entendo a culpa...
Não entendo a solidão...
Não entendo a vida...
Muito menos a morte...
Não entendo o sonho...
Muito menos a realidade...
Não entendo o vazio...
Não entendo o medo...
Não entendo o vício...
Não entendo nada...
E de nada entendo...
E talvez, de nada adiante entender...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Rasgo sentimentos como se fossem de papel
Jogo fora tudo que não presta, inclusive pessoas
Choro com dor, e rio com prazer
Me desfaço e me reconstruo num piscar de olhos
Grito com a alma, sussurro como um anjo
Sim, sou exagerada, sou intensa
Não tenho medo, dou minha cara a tapa, a soco e até a pontapés
Compro minhas lutas a preço de sangue
Se venço, se perco, isso é problema meu, apenas meu
Defendo as coisas importantes com unhas e dentes
Seduzo com o olhar, e brinco com palavras
Sim sou emocional, sou emotiva e visceral
Sinceridade ferina sim, se você quer ouvir eu vou dizer
Se não quiser não me pergunte
Peco pelo excesso, mas nunca pela falta
Agüento as porradas da vida de pé, choro, mas não caio
Sim, sou forte, mas não de pedra
Sou mais sensível e mais romântica do que muitos pensam
Aliás, muitos pensam, muitos julgam, muitos rotulam
Rótulos não me interessam... Muito menos as pessoas que os fazem
É o preço da inveja, do preconceito
Não, não é pretensão ou presunção
É carne e osso, é coração, é humano, é mulher.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Tinha cheiro de morango, porém gosto de pêra fresca ainda molhada de orvalho...
O ar rarefeito dilatava o calor da pele...
Mesmo que pisando no asfalto, sentia como se estivesse a pisar na grama úmida pela chuva de verão...
Mesmo tendo postes e prédios no meu horizonte, podia ver grandes carvalhos, pinheiros, ipês e baobás...
Dancei... Tocava Smiths no velho rádio...
Apesar da calça jeans, do tênis e da blusa, senti que vestia um vestido leve de cores claras...
Até que senti a chuva voltar, fininha, quase um carinho...
No meio do meu devaneio senti dois olhos pousados em mim...
Procurei, mas não os encontrei...
Parei, fiquei imóvel para tentar localizar de onde vinha aquele olhar... Senti de novo bem a minha frente... Corri...
Corri na direção do olhar... De quem seria?
Continue correndo entre as minhas árvores, e aquele olhar corria também, corria para que eu não o alcançasse, mas eu não ia desistir...
Corri mais rápido... A música ficava cada vez mais longe... Agora só ouvia o som da minha floresta...
Corri, até que senti uma raiz solta me segurar pelo tornozelo, gritei e cai de frente sobre as folhas secas e cheias de musgo... Girei o corpo e vi o céu por entre o topos das árvores...
Olhei as mãos, as pernas e o vestido...
Todos se sujaram de terra molhada, musgo e ganharam enfeites de folhas secas, no meio de tudo isso havia sangue, meu sangue, havia me cortado quando cai...
Agora a pele ardia dos pequenos cortes e arranhões que sofrera, deixei os braços caírem ao lado do corpo com as mãos espalmadas e olhei o céu...
Desatei a rir...
Um riso leve que amenizou a dor, ri do meu jeito desastrado e desajeitado...
No meio do meu riso, senti água sendo despejada sobre meu braço, ... Levantei de súbito, assustada...
Os olhos que eu estava procurando, estavam ali...
Jogando água sobre as minhas feridas...

Sobre os dias e noites de chuva

Sim, são melancólicos não há como negar, não há quem não pense em estar na cama assistindo um filme e talvez não importe se sozinho ou acompanhado.
O fato é que um dia ou noite de chuva. nunca passa despercebido, ninguém é indiferente a ele, uns gostam, outros não, há quem ame e há quem odeie...
Particularmente, eu não gosto. Mesmo que a chuva limpe nosso ar, encha nossos rios, alimente nossa natureza e nos permita continuar vivendo, o tom cinza do céu me incomoda. Parece que nunca mais haverá cor, alegria no mundo...
        Quem dera as nuvens fossem coloridas e as gotas furta cor. Assim, mesmo em dia chorosos, nunca perderíamos o ânimo.
        Mas o que mais incomoda aos fãs de dias ensolarados e quentes, é a presença constante do nosso maior inimigo e maior companheiro, a solidão. Aquela mão pesada no ombro que nos dias de sol são mais leves, e nos de chuva, além de pesadas, são frias. A sensação de desproteção e tristeza dos dias cinzas aproxima a solidão, um inimigo quase invencível, mas que se aprende a conviver com o tempo. Sim, pra quem sente solidão ela nunca vai embora mesmo nos dias de sol e cheios de amor, e por mais que ela castigue, você pode aprende muito com ela, se deixar que ela ensine. Mas cuidado! Não deixe ela tomar conta de você, a solidão pode ser sedutora e pode tornar todos os seus dias cinzas e chorosos.
        Hoje nesse dia de chuva, eu cantei... Cantei pra chuva e parece que ela gostou, pois senti que ela cantava comigo, batendo forte contra o asfalto. Isso manteve a solidão quieta no canto dela. Estávamos eu e a chuva cantando juntas quase em uníssono, celebrando o mundo, mesmo que esse mundo seja apenas o meu.
28/02/2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

"É que o sol nasce pra você, me disse ele no dia em que nós estávamos deitados entre os rododendros e eu obriguei ele pela primeira vez a me pedir, sim, eu lhe dei um pedaço de bolo da minha boca e era ano bissexto como agora, sim, já passaram 16 anos, meu Deus, depois do beijo comprido que eu quase perdi o ar ele disse que eu era uma flor da montanha, sim, é que nós todas somos flores em nosso corpo de mulher, sim, e aí foi porque eu gostei dele pois entendia o que uma mulher era e dei a ele todo prazer que eu podia empurrando ele até ele pedir para eu dizer sim mas eu não respondia de saída, olhando o céu e o mar e estava pensando numa porção de coisas que ele não sabia, de pessoas com nomes que ele nunca ouvira, do meu pai, do Capitão, do mercado da rua Duque, dos burrinhos meio dormindo escorregando pela ladeira, das moças espanholas de xale, rindo, rindo, de Ronda olhando para o amante dela pelas frestas da veneziana das casas amarelas e dos jasmins de Gilbraltar, quando eu menina era como uma flor da montanha, sim quando eu botei uma rosa no cabelo como as raparigas andaluzas costumavam fazer e como ele me beijou debaixo da torre mourisca e eu pensei bem tanto  faz ele como outro qualquer, sim, e com os meus olhos eu pedi a ele pra me pedir de novo, sim, e então ele me pediu se eu deixava, sim, eu dizia sim minha flor da montanha e eu primeiro botei meus braços no pescoço dele, sim, e puxei-o pra mim para ele sentir meus seios todos perfumados, sim, e o coração dele batia como louco, e sim, eu disse sim, eu deixo, sim."

Solilóquo de Molly Bloom, do Texto Ulisses, de James Joyce

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Minhas vontades e minhas dúvidas agora são bipolares demais  Só o que não é bipolar demais é a minha ganancia por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você…”




Autor ainda desconhecido...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


Eu não quero mais essa cidade!

Esse céu que só chora e esse ar com cheiro de enxofre... Esse relógio frenético!
Essas pessoas desesperadas e cegas. Incapazes de ver a beleza de todo dia. Tão preocupadas com o trabalho, o trânsito, as contas que se esquecem de amar, se esquecem de todo tipo de amor!
Não quero mais!
Quero respirar sal! Quero sentir apenas areia nos pés... Quero minha pele escura pra sempre, bem escura, preta! Queimada pelo sol!
Quero siris e gaivotas como bichos de estimação...
Quero que todos os meus banhos sejam de mar...
Água doce só pra beber.
Quero sentir o toque suave das espumas do mar, o soco da onda que quebra na barriga...
Quero ver o sol nascer e se por quando ele bem entender.
Quero como trilha sonora o canto do mar, das sereias...
Quero me casar com Poseidon! E desde já usarei apenas roupas brancas...
Um pedaço de mim está no mar...
É só lá que sinto paz...
Mar doce Lar!