quinta-feira, 23 de outubro de 2008

São pontiagudos e sinceros...
Tão doces que chegam a enjoar...
Uma ponta ás vezes pára na garganta e é preciso respirar...
No começo dói um pouco, mas depois acostuma...
Os recolho... Por dia... Por hora e por minuto...
Surge uma lágrima do centro do olho...
A sensação é que ela arde...
Quando caem a dor é pulsante, latente...
Surgem míseras sensações de prazer e calor...
E o sentimento de perda...
O sangue corre pouco e o coração bate muito...
É impossível mensurar os danos que causam...
Mas também trazem a força, a luta, a crença...
Quando ficam, não se acomodam...
E incomodam a ponto de ter que expulsar...
Ou por choro, por grito, por palavras ou pela indiferença...
Alojam-se pensamentos de falta, de desesperança, de só, de pó...
Pensamentos de raiva, de impossibilidade, de inferioridade...
Então é melhor deixá-los assim, fora...
Por mais que apareçam e desapareçam eles sempre caem pelo chão...
Ou são transformados em sorrisos, em esperança, em paixão... Em amor...
Dando vida ao significado do ser...
E dando ao ser vida...
A vontade, a alegria, o desejo pela vida...
Então que é melhor que saiam...
Mas... Existem aqueles que devem voltar de onde vieram...
Voltar pra dentro...
Aqueles que se perderam não por vontade própria, mas porque foram roubados...
E assim que recuperados, vão pra uma taça e são bebidos com muita sede...
No começo dói um pouco, mas depois aliviam...
Esses são os mais importantes e não devem ser esquecidos nem ignorados...
Esses são a essência...
A Alma...
O sopro que traz de volta...
Assim são...
Os meus pedaços...
Inspirado por "Insetos Interiores" de Fernando Anitelli

Um comentário:

  1. nossa
    gostei demais.
    vai deixando curioso, vai cutucando a emoção.
    lindo.

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