sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O caminho que traço, não é o que eu escolhi
Derrepente tudo parece tão diferente
O cinza ganha um leve tom violeta
Ou será azul?
Você se foi e as farpas voltaram
Ou será que nunca se foram?
É tanto sangue que me cega
A dor ata minhas mãos
A mágoa seca minha alma
O que foi que saiu errado?
Mas há uma luz
Uma luz que ilumina um caminho
Que me mostra que há algo além
Tem alguém aí?
Meu corpo ganha vida própria
Minhas ações parecem agir por conta
Parece tudo tão novo
Tudo tão perto, mas tão longe
Tantas descobertas em meio a risos e lágrimas
Tudo tão confuso
É quase aquela realidade intermediária
E tudo me faz querer viver
Viver mais
Mesmo ferida e ainda enferma
Vejo que tudo é diferente
Existe uma luz
O mundo gira tão rápido
Mas ainda está surdo
Parece tudo tão novo
Ainda sinto frio
Mas o cobertor está ao meu alcance
Basta apenas esticar o braço
Pelos próximos minutos, instantes, segundos
Tentarei não pensar
Nesse quebra- cabeça infinito
De peças ásperas e pontiagudas que tento montar incessantemente
Talvez sejam de vidro, de sombras, de sobras
Ou talvez seja um coração
Quieto, pálido, obscuro
As peças não se encaixam
A figura que a vida quer me mostrar não fica perfeita
Sempre disforme, sempre algo falta
Querer demais? Talvez.
Sonhar de menos? Não, isso não.
Sonhar é a única coisa que meu quebra-cabeça me permite
Olhando de longe, tudo parece estar bem
De perto é tudo vazio, frio
A sensação que fica é de que algumas peças estão fora do lugar
Mas agora é tarde
O tempo não permite que eu o conserte
E é pela porta de meus olhos que vejo novas peças chegarem
Só resta saber onde elas se encaixam...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Não sou escravo de ninguém
Ninguém senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz
Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais
Eu sou metal
Raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal
Eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal
Sabe-me o sopro do dragão
Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.
Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra
Tem a lua, tem estrelas
E sempre terá
Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa
Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.
Olha o sopro do dragão
É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos
Eu sou metal - raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal: eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal: me sabe o sopro do dragão
Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então

Tudo passa
Tudo passará
E nossa história
Não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora, ahh!
Apenas começamos.


Legião Urbana - Metal Contra as Nuvens

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Preso nessa cela
De ossos, carne e sangue
Dando ordens a quem não sabe
Obedecendo a quem tem
Só espero a hora
Nem que o mundo estanque
Pra me aproveitar do conforto
De não ser mais ninguém
Eu vou virar a própria mesa
Quero uivar numa nova alcatéia
Vou meter um "Marlon Brando" nas idéias
E sair por aí Pra ser Jesus numa moto
Che Guevara dos acostamentos
Bob Dylan numa antiga foto
Cassius Clay antes dos tratamentos
John Lennon de outras estradas
Easy Rider, dúvida e eclipse
São Tomé das Letras Apagadas
E Arcanjo Gabriel sem apocalipse
Nada no passado
Tudo no futuro
Espalhando o que já está morto
Pro que é vivo crescer
Sob a luz da lua Mesmo com sol claro
Não importa o preço que eu pague
O meu negócio é viver
Sob a luz da lua...
Mesmo com sol claro...
Preso nesta cela...
Sa & Guarabira - Jesus numa moto
São as mesmas fendas e lacunas
Que não me deixam descansar
Aceleram meu pensamento... E meu corpo
Tudo me sufoca
Sinto meu próprio pulso, forçando minha mão apertando meu pescoço...
Sinto o ar pressionando o meu corpo
Por essas fendas e lacunas q encaixo meus membros pra que o ar não quebre meus ossos e roube o meu ar...
São sonhos que não paro de sonhar
É uma vida perdida...
É um pedaço de mim que se perdeu...
Que ficou guardado
E talvez não possa ser resgatado
São lembranças mudas em dias cálidos
São palavras que não traduzi
Esperanças que já perdi
Lágrimas que não conti
Coisa que não vivi
E não viverei... Por mim... E por mais ninguém...

13/02/07