terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Começo pelo meio

...

Laços e traços e amassos que se entrelaçam e amarram os pulsos de quem já amou e não ama mais.
O pulso o sulco e o sumo do gozo.
O gozo do corpo esperançoso.
Espera no ranço dos dias que algo exploda.
E explodindo vai caindo e subindo pelo beiral.
Portas e janelas abertas, deixam espertas as chagas do meu coração.
Um coração seco, oco, toco é o que resta.
Resta nas lembranças de misérias, mazelas do passado e do futuro.
Futuro inoportuno, instigante.
Instigantes são suas palavras mastigadas, rasgadas e cuspidas dentro de mim.
Dentro de mim ficam farpas de amor e sexo.
Sexo esse não frágil, mas ágil, volátil.
Amor esse calado, amargurado e ao teu lado.
Lado esse que ferve, emerge, sobrevive e vive.
A morte toma porte de arma.
Arma e desarma a bomba relógio.
Relógio do ócio, do traço, do laço, aço.
08/12/09
02:15h

domingo, 6 de dezembro de 2009

Apenas... Uma noite...

Abraços e abraços que não chegam a acontecer...
E quando acontecem se desfazem como a chuva... E na chuva...
Beijos e beijos esquecidos e noites de sonho...
Por um tempo, tudo faz sentido... Mas logo a conexão se perde e a vida volta ao tom cinza de antes...
Num mundo onde as coisas começam a acontecer, a dor mais forte volta a se repetir...
Por quanto mais isso vai se arrastar?
Esperar... Não... Não mais...
Apenas o sossego de uma noite nos braços...
E os abraços e os sussurros... Onde estão?
Apenas... Uma noite...
Eu sei...
E sei que não era pra eu ser assim
que eu devia tomar as doses nas horas certas
eu sei que eu devia dormir boas noites de sono
e que eu devia fumar menos
escovar os dentes com pastas pra gengivas sensíveis
e perambular menos na rua quando todo mundo já foi
e não me jogar tanto quando alguém me abre os braços
e beber menos
e amar menos
eu devia parar e pensar menos
eu sei que eu devia pensar menos
e falar menos
eu sei que eu devia falar menos pra viver mais
eu sei que eu devia viver menos
mas eu não sei viver menos...




Porcas Borboletas- Menos
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A lua com seu brilho fosco naquela noite...
Parecia que expandia o olho que olhava...
Era fosco mas era bonito...
Seu jeito tosco é de admirar...
Admirada ficaria eu, se não gostasse...
Os olhos? Eu já não podia ver...
Estava quente... e uma nuvem vermelha se aproximava...
Será o fim do mundo?
Será o fim do meu mundo?
Tens uma beleza guardada dentro do corpo...
Um desejo contido de ver a pele sobre a luz dessa lua...
Minha pele? Sua pele?
Nesse mundo onde tudo pode ser dito sem que os olhos denunciem a verdade...
Vejo algo não novo acontecer...
Eu não queria...
Mas deixo entrar...
E vamos para trás do mesmo véu de nuvens que a lua se esconde nesse exato momento...



03/12/09
03:25h
INVERSO...

MOÇA PERNAS DE PINÇA
ALTA CORPO DE LANÇA
MAGRA
OLHOS DE CORÇA
LEVE
TODA CORTIÇA
PASSA
COMO QUE NUA
CALMA
FINGE QUE VOA
BRASA
CHAMA NA AREIA
BELA COMO EU QUERIA
MAGRA, LEVE, CALMA
TODA ELA BELA
TUDO NELA CHAMA
SEGUE ENQUANTO SUSPIRO
TODA COR DE TEMPERO
CHEIRA UM CHEIRO TÃO RARO
CLARA CURA O ESCURO
ELA BRAÇOS DE LINHA
DENGO CHEIO DE MANHA
DURMO E PEÇO QUE VENHA
ACORDO E SONHO QUE É MINHA
MAGRA, LEVE, CALMA TODA ELA BELA
TUDO NELA


Lenine - Magra